Cinema Argentino no Cineclube Imigração
O Cinema argentino passa por um momento difícil com o governo Miley e o desmonte de uma indústria cinematográfica que recebe o reconhecimento do público mundial e prêmios internacionais pela qualidade e criatividade, narrando às historias e dificuldades deste país irmão. Este processo aconteceu no Brasil, quando um neoliberal chega ao poder e elimina a Embrafilme com um decreto, porém o Brasil sobreviveu, Collor sofreu o Impeachment, e o cinema brasileiro se reativou. “Central do Brasil” (1998) de Walter Salles é premiadíssimo mundo afora e em 2025 finalmente um filme brasileiro é premiado com o Oscar ao Melhor filme estrangeiro. Após o término da ditadura militar argentina, Luis Puenzo com o filme “A História Oficial” (1985) ganha diversos prêmios internacionais e o Oscar ao melhor filme estrangeiro, tratando um tema delicado para uma democracia fraca após tempos de 30 mil desaparecidos políticos que Miley desconhece. Os atores de “A História Oficial” são convidados a participar da produção de “O Filho da Noiva” (2001) de Juan José Campanella, Norma Aleandro que depois de “A História Oficial” foi convidada a trabalhar nos Estados Unidos interpretando a “Nona italiana” em diversas produções e Héctor Alterio um símbolo do cinema argentino, além da presença de Ricardo Darín que passa a ser figurinha repetida nas produções desse país. Em 2009, Campanella dirige “O Segredo de seus Olhos” com Ricardo Darín e Soledad Villamil e surpreende a todos conquistando o Oscar ao melhor filme estrangeiro.
Nos dias de desmonte do cinema argentino a indústria do audiovisual se destaca com produções como “O Eternauta” (2024) com Ricardo Darín, César Troncoso e Carla Peterson. Criado por Héctor Germán Oesterheld através da História em quadrinhos com arte de Francisco Solano López entre 1956 a 1959. A Historia de Oesterheld é trágica, desaparecido politico e guerrilheiro montoneiro, desaparece em 1977 e foi visto por última vez na Escola de Mecânica da Armada (ESMA) um dos maiores centros de tortura da Argentina. Além de Oesterheld, as quatro filhas adolescentes desapareceram na ditadura e relatos contam que os torturadores mostravam fotos de suas filhas torturadas por Héctor. Hoje “O Eternauta” é exibido pela Netflix, sendo uma das principais atrações do Streaming que cativou o público com sua história de invasão extraterrestre e da sobrevivência dos humanos com essa intervenção. Neste mundo caótico onde podemos estar às portas de uma 3ª Guerra mundial, uma invasão de extraterrestres não parece tão ruim. Principalmente com os Antagonistas que governam o Mundo.
O filme argentino a ser debatido pelo Cineclube Imigração é “Homem olhando ao sudoeste” (1986) de Eliseo Subiela, um filme de culto, como são os filmes de Fellini, Woody Allen e Kurosawa, você gosta ou odeia. O filme narra um homem internado em um Centro Psiquiátrico que diz ser um extraterrestre que vem a estudar os humanos. A presença deste personagem no “hospício” provoca transtornos às autoridades e principalmente ao psiquiatra que o trata, por ser um desafio. Porém a visita da irmã de Rantés (Hugo Soto), Beatriz (Inês Vernengo) provocará no Dr. Julio Denis, o psiquiatra, uma paixão e uma crise inconcebível. Este filme tem um remake estadunidense “Kpax: O caminho de Luz” (2001) de Iain Softley, com atuações de Kevin Spacey e Jeff Bridges. Um desastre de bilheteria e crítica, desvirtuando a obra de Subiela, porém transformado o filme em uma bela quantidade de dólares para Subiela por direitos autorais. Subiela e sua esposa, Mora Moglia, foram os fundadores da Escola de Cinema em 1994 e hoje recebem o nome de Eliseo Subiela. Realizou o premiado filme “O Lado Escuro do Coração” (1992) com a presença de Darío Grandinetti, Nacha Guevara, Sandra Ballesteros e contou com a presença especial do poeta e escritor uruguaio Mario Benedetti.
O Cinema argentino é uma das principais cinematografias latino-americanas junto ao Brasil e ao México. Pela qualidade e pelos desafios econômicos e políticos que enfrenta, o cinema argentino sobrevive a governos e experimentos políticos do país vizinho.
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Viva o Cinema e o Cineclubismo Goiano, Brasileiro e Latino-americano.
Assista o debate de “Homem olhando ao sudoeste” de Eliseo Subiela pelo Canal do Youtube da União de Cineclubes de Goiânia.
Por Francisco Lillo
Veja Mais detalhes sobre o Cinema Argentino no Cineclube Imigração:
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