Histórias Cruzadas
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Histórias cruzadas: a escrita como processo de existência

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Colocar ideias, críticas e sentimentos no papel, não é uma atividade muito fácil, ainda mais se você não tem tal hábito. Mas escrever pode ser um processo libertador, você pode escrever para desenvolver o autoconhecimento, a autoconfiança, pode escrever para existir.

 

No dia 20 de novembro, milhares de usuários brasileiros das redes sociais subiram a hashtag #écoisadepreto, mencionando o dia da Consciência Negra. Para refletirmos sobre um assunto tão importante, a sugestão é logar na Netflix e assistir ao filme Histórias Cruzadas.

Logicamente, você está pensando como tal filme pode estar relacionado ao Brasil. Vou te contar.

O filme “The Help” ou Histórias Cruzadas trata da escrita como processo de existência, a protagonista e também narradora Aibillen (interpretada por Viola Davis) descobre na escrita um meio de extravasar a dor pela perda do filho, enfrentar o racismo enfrentado por ela e pelas empregadas de Jackson, no Mississipi.

 

Contar histórias passa a ser um ato libertador.

 

A narrativa se passa na década de 1960, período em que os Estados Unidos viveu uma lastimável segregação racial e lutou pelos direitos civis dos negros. Luta representada por Martin Luther King e seu discurso “I have a dream“. A grande sacada do filme é que nessa época era ilegal escrever sobre igualdade social entre negros e brancos.

As empregadas domésticas de Jackson se unem para contar as histórias mirabolantes e, muitas vezes, preconceituosas vivida por elas. Mas, não é só tristeza, há momentos de comicidade. Tente não rir da torta que Minny (interpretada por Octavia Spencer) oferece a patroa intolerante e rabugenta Hilly (interpretada por Bryce Dálias Howard) ou, então, da vingança sanitária de Skeeter (interpretada por Emma Stone).

Toda essa história de escrita, existência e resistência tem início com o retorno de Skeeter (Emma Stone) à pacata e “conservadora” cidade do Misssissipi. Ela é diferente das garotas, não aceita o casamento como seu único destino. Ela quer escrever, mas, não as dicas de limpeza da coluna da Dona Mirna.

Skeeter, com o auxílio de Aibillen (acredita que se expressa melhor por escrito), começa a escrever as histórias contadas pelas empregadas negras que criam as crianças brancas como suas. Em 20 anos, deixarão de ser filhos postiços e serão patrões, sequer aceitarão que as mães pretas usem o banheiro da família.

 

São treze empregadas, treze histórias cruzadas.

 

História de empregada que foi deixada como herança em um testamento, história de proibição de uso do banheiro da casa principal, história de banheiro construído fora da casa e de uso exclusivo da empregada, história de racismo, história de empatia, história de torta de chocolate com tempero mais que especial que salva o livro e suas autoras.

Você pode escolher sua preferida.

É também história que serve como reflexão, para tentarmos combater as atitudes racistas que vemos em nosso país.

É história de escrita. Parafraseando o filósofo francês René Descartes, a história em uma frase é… “Escrevo, logo existo”.

 

Você concorda que a escrita pode ser um processo libertador? Você já escreveu para existir?

 

Por Tálita Borges









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