Caminhando nas Nuvens
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Memória: como a vida parece um filme

Colunas, Notícia

A memória humana é como uma colcha de retalhos, sempre tem lugar para uma coisa a mais, que encaixa-se perfeitamente, virando um tecido uno, colorido, às vezes, durável ou não, igual as etapas da vida.

 

E para falar sobre este tema, vamos evocar um filme de 1995, “Caminhando nas nuvens”. Você já assistiu? Trata-se de um daqueles filmes da categoria romance e 100% verossímil, como diria Aristóteles.

 

O filme que tem como protagonista o galã Keanu Reeves aborda uma temática bastante comum, a maternidade sem pai. Keanu vive o papel de Paul Sutton, que após servir durante a segunda guerra mundial, começa a viajar vendendo chocolates e em uma de suas viagens a negócio, conhece uma linda moça, Victoria Aragón (Aitana Sánchez-Gijón).

Ela é herdeira de um grande vinhedo. A jovem camponesa além de bonita e rica também está grávida. Mas o pai de seu filho, um professor universitário, após engravidá-la a deixou.

Após um pouco de conversa, eles decidem fazer um acordo, onde Paul se passará como marido de Victória para não manchar a reputação de sua família, e depois de dois dias ele a abandonará para a culpa recair sobre ele. Paul, porém, é casado.

Mas ele se compadece com a história da moça e promete ajuda-la. Eles chegam na casa dos pais de Victoria como se fossem casados, mas seu sogro logo percebe que há algo estranho com recém-chegado casal.

Paul quer partir para a sua jornada e voltar para a sua casa apesar de que não ama sua esposa, casou-se com ela três dias após conhecê-la num ímpeto antes de ir servir na guerra. Mas devido a vários acontecimentos, Paul fica mais algum tempo na propriedade da família Aragón.

Eles passam por muitas situações constrangedoras e ficam equilibrando-se para contorna-las até que chega a festa da colheita, na qual eles assumem que estão muito apaixonados um pelo outro. Ambos sabem, porém, que este amor não pode acontecer.

 

E por aqui acaba o spoiler. O certo é que histórias como essa não são apenas ficção. São mais reais do que se imagina e acontecem em todo o lugar. São muitos os relatos de mães abandonadas grávidas ou que os pais não irão assumir a criança ao nascer.

Muitas mulheres não conseguem se inserir no mercado de trabalho ou estudar para criar os filhos, outras conseguem se reerguer sozinhas apesar da forte pressão psicológica, do medo, do emocional abalado, a memória carregada de culpa, arrependimento, raiva etc.

O assunto é delicado e falta ainda muita política pública para contemplar este cenário. Neste sentido, o longa é um ótimo exemplo de atitudes que podem ser tomadas, de situações que podem ser melhor analisadas. Assista ao filme para ver como foi o desfecho, se teve um grand finale, se a esperança renasceu para algum dos dois. E afinal, será que a memória humana pode ser uma caixa de pandora?

 

Por Michele Souza









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