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O que os olhos não veem o coração não sente

Colunas

Hoje estreia nos cinemas o filme “Aos Teus Olhos“, que narra um tema polêmico sobre acusações. Será que você realmente sabe quando alguém fez algo errado?

 

Antes de tudo veja um trecho do que o ator Daniel de Oliveira pensou ao ser chamado para esse filme:

 

A internet nos assombra com as calúnias, falsas acusações, vidas inteiras perdidas e, em contrapartida, auxilia na prisão de quadrilhas e diversos criminosos. Mas existe um limite entre o mundo online e o mundo offline? Será que é possível ter provas reais somente no mundo online?

Para entender melhor o que estou dizendo, vamos falar um pouco sobre o filme de Carolina Jabor “Aos Teus Olhos”. O filme conta a história de um professor de natação infantil que, em determinado momento, foi acusado de pedofilia. A mãe de um dos alunos soltou isso na internet e incitou a caça ao professor Rubens.

O interessante é que o longa se passa em apenas um dia, desse forma é possível observar todas as fases da vida de uma pessoa sendo dilacerada pela internet. Claro que não vou dizer mais detalhes, para não perder a graça, mas indico fortemente que assista “Aos Teus Olhos”  e depois me conta as suas conclusões. Veja abaixo algumas imagens do filme, cliques de Daniel Chiacos:

Mas será que essa atitude das pessoas, de acusar e difamar imagens alheias, vieram com a internet? Claro que não. E uma prova disso é que o filme é baseado em uma peça teatral espanhola de 2011 chamada “O Princípio de Arquimedes”, escrita por Josep Maria Miró. O título é um tanto interessante, já que Arquimedes foi um matemático que dizia que “Qualquer corpo aparenta ser mais leve imerso n’água, porque ocorre uma força verticalmente para cima com intensidade igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”. Entendeu? Nem eu (risos).

Em resumo, trata-se da diferença entre o peso aparente e o peso real. Agora fez todo sentido certo? Muito pertinente ao contexto da história não é mesmo?

 

Ok, mas isso só acontece em filmes. Será?

Há alguns anos, houve no Brasil um caso parecido, que ficou conhecido como o Caso da Escola Base. Alguns professores se uniram para comprar uma escola que estava prestes a fechar. Juntos, reformaram e reergueram a escola. Um belo dia uma mãe de um aluno fez queixa na polícia acusando os donos da escola de pedofilia. O caso foi parar na imprensa, todos os meios de comunicação estavam cobrindo a notícia.

Por fim, não havia provas coerentes para levar o caso adiante e o mesmo foi arquivado, mas até lá as vidas de quatro pessoas já haviam sido dilaceradas, mudaram de endereço, aparência, sofrem de doenças psicológicas, perseguições e diversas outras perturbações. Diante de tanto estrago que a mídia causou, o Caso da Escola Base é estudado até hoje nas universidades de jornalismo (principalmente).

Nas imagens abaixo veja a fachada da escola, a manchete de um jornal e o muro da casa dos donos da escola que foram acusados:

 

O questionamento que fica agora é: Qual o limite entre proteger nossos filhos e acusar sem provas? Será que existe limites? Quais cuidados devemos tomar para não destruir vidas inocentes?

 

Texto por Mayara Scalon









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