Quando as redes sociais começaram a se popularizar na internet, e milhões de pessoas começaram a utilizá-las, pouco se sabia sobre porque alguém administraria uma rede tão grande e integrada capaz de unir pessoas ao redor do globo, sem cobrar nenhum centavo por isso. O slogan “O Facebook é gratuito, e sempre será” nós dava aquela sensação reconfortante, em meio a um sistema de comunicações altamente oneroso, a possibilidade de troca de mensagens, de postagens, e interação e liberdade de expressão. Era um mundo onde você poderia ser o que quiser.

Mas em 2019, mais precisamente em 24 de Julho, a Netflix lança em seu catálogo o documentário The Great Hack (Privacidade Hackeada), que fez com que muitos de nós repensássemos o modo como a internet e as redes sociais podem impactar nosso modo de vida, desde as nossas decisões de consumo, até mesmo nossas opiniões políticas e ideológicas. E é nessa análise, que vamos perceber que na era dos serviços digitais gratuitos, sempre há uma conta a ser paga, e nesse caso, a moeda somos nós.

O documentário vai descrever as etapas e todo o processo de captura e armazenamento de dados dos usuários da rede do Facebook, dados esses que mais tarde seriam repassados a outras empresas, especializadas em marketing e engenharia social. A situação veio à baila das discussões durante e após as eleições presidenciais no EUA em 2016, e depois no referendo do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). A empresa Cambridge Analytica articulava estratégias de campanhas de publicidades e eleitorais, oferecendo um serviço de propaganda direcionada e condicionada a um público previamente selecionado através de análise de dados, uma concorrência extremamente desleal, já que a empresa omitia o acesso que tinha sobre esses dados.

Quem de nós nunca respondeu a uma pesquisa ou a um quiz divertido nas redes sociais? Porém essas e outras formas de manifestarmos nossas opiniões e preferências era o verdadeiro “ouro” que essas empresas buscavam, através disso, eles montavam grupos (blocos) de personalidades semelhantes, e mais tarde essas mesmas pessoas seriam direcionadas ou influenciadas em campanhas políticas onde veriam ou teriam exibidos em suas páginas pessoais, informações e propagandas que corroboravam com suas predileções, ficando assim mais fácil decidir e reforçar ideias e consensos, e porque não ajudar a compartilhar pontos de vista em comum.

A sensação que fica após assistirmos ao documentário, Privacidade Hackeada, é a de impotência, vulnerabilidade, afinal, como resgatar tudo que deixamos registrados, likes, comentários, opiniões?

Talvez essa seja a hora de repensarmos a maneira como nos comunicamos nas redes, quais informações compartilharemos, e o mais importante se realmente necessitamos de redes sociais, uma vez que toda essa “liberdade” está sendo usada para nos monitorar, sobretudo nos dias de hoje, onde as redes, em especial o Facebook, deixou de ser uma plataforma que aproximava as pessoas, mas que hoje, se tornou uma arena onde pessoas se agridem e trocam as piores ofensas, em defesa das inúmeras “verdades” impostas.

Por Ricardo França

Faça parte de nossas redes sociais!

Instagram: https://www.instagram.com/cinegoiania/
Facebook: https://www.facebook.com/cinegoiania/
Twitter: https://twitter.com/cinegoiania/
Youtube: https://www.youtube.com/ch…tWiykFA

Gostou deste conteúdo?

Preencha seu Nome e E-mail abaixo para receber mais novidades do site