Projeto Gemini – Muito Barulho Por (Quase) Nada
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Projeto Gemini – Muito Barulho Por (Quase) Nada

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Projeto Gemini – Muito Barulho Por (Quase) Nada

Henry Brogan (Will Smith) é um agente a serviço do governo dos EUA, um assassino habilidoso que coleciona diversas missões bem sucedidas, mas quando decide se aposentar, ele começa a ser perseguido pela própria agência onde trabalhou, o que Brogan não esperava era que o agente designado para matá-lo na verdade era um clone dele mesmo, muito bem treinado e com habilidades e inteligência semelhantes, o que obriga o agente veterano a enfrentar uma versão jovem de si mesmo, tentando descobrir em sua cópia defeitos e fraquezas que podem revelar maneiras de derrotar e escapar da ameaça.

O tema é bastante genérico, mas garante ao filme um lugar no roll de blockbusters já consagrados como as franquias 007, Missão Impossível e Identidade Bourne, conspirações e tramas políticas, perseguições e tiroteios ao redor do globo, enfim nada do que já não tenhamos visto em produções do gênero, a direção é do pragmático Ang Lee (O Segredo de Brokeback Moutain / As Aventuras de Pi) taiwanês radicado nos Estados Unidos, em parceria com o produtor Jerry Buckheimer especialista em filmes de ação e aventura. E o resultado é um filme que repete tramas batidos e roteiro limitado, mas compensa com ótimas cenas de ação, atuação decente de Will Smith e algumas reflexões existenciais.

Bem Vindos à Nova Era do 3D 

Projeto Gemini – Muito Barulho Por (Quase) Nada
Will Smith por ele mesmo, com técnicas avançadas de captura e maquiagem digital foi possível rejuvenescer sem perder aspectos e traços próprios do ator.

O diretor Ang Lee sempre foi um entusiasta das tecnologias de efeitos visuais, e nesse filme ele apresenta algo novo no segmento, a produção foi rodada com um taxa de quadros muito superior a já conhecida, e apresenta algo inédito, um filme todo rodado em 120fps (frames por segundo) mas como pouquíssimas salas no mundo tem capacidade para exibir algo do tipo, por aqui é possível ver em sessões que exibem uma qualidade 4K em 3D a 60fps, sob a sigla de “3D+” o que para olhares pouco atentos não significa muita coisa, a não ser uma sensação de imagem nítida demais e com uma paleta cristalina e lavada, que inclusive pode expor algumas imperfeições estéticas, mas como dito, a intenção de quem vai ao cinema ver o filme com as informações do trailer, certamente será voltada a ver Will Smith trocar socos e tiros com sua versão mais jovem.

Nada Original… Mas a Ação Compensa 

Com um roteiro ingênuo e sem muitas reviravoltas, o diretor parece ter apostado mesmo todas as fichas na inovação tecnológica disponível, tomadas com muitos recursos de captura de movimento e maquiagem digital, a câmera colabora nos momentos mais frenéticos e se mantém estática o que oferece cenas com foco e abertura bem amplas, a cena da perseguição com as motos em Cartagena é uma das melhores do gênero já rodadas até hoje, até nas cenas escuras é possível ver muita verdade nas coreografias e na sonoplastia. É um caso clássico de um filme que já nasceu um blockbuster, ou seja não espere muito de profundo ou complexo na trama, vai agradar mesmo só os olhos, mas não vai falar muito ao coração.

Projeto Gemini caminha para se tornar um precursor do cinema de alta rotação de imagem, poucas coisas foram feitas em HFR (High Frame Rate) embora seja um recurso que funcione melhor em filmes de ação/aventura, pode também deslumbrar demais o público que tende a se prender muito ao efeito e menos ao filme, o que geralmente ocorre no processo de jogos de videogames ultrarrealistas, o minimalismo visual tende a estragar a experiência que não deve ser somente visual mas também narrativa e performática. Ang Lee parece ainda não estar muito preocupado com essa junção no momento, o mesmo já afirmou que o cinema atual não pode ficar preso ao moldes do passado, e isso tem sido um pretexto para que o nível da experiência visual seja ainda mais elevado no século XXI, resta saber se isso não pode incorrer em prática corriqueira e cansar ainda mais o público que também eleva o nível de exigência. É preciso avisar a esse pessoal que não só de um bom CGI vivem os filmes de ação, faz-se necessário também algo de novo no quesito enredo e roteiro.

 

Por Ricardo França

 

 

 


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