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A Marvel e o para além do bem e do mal

Colunas, Notícia

Recentemente a Marvel colocou na telona uma dança de culturas com o filme Pantera Negra, ora americanizada, ora africanizada. Filmes como esse podem ser atemporais e encaixam-se perfeitamente em qualquer horário e lugar. Mas hoje, dia 21 de Março, oficialmente instituído pela ONU para ser o dia internacional da luta pela eliminação da discriminação racial, devido o massacre de negros ocorrido na África do Sul durante o Apartheid, passa a ser “temporalizado” e ofuscado do mundo.

 

Enquanto a África está em clima de homenagens a Nelson Mandela e a outros líderes, a negros, e negras, que morreram cruelmente, outros lugares do mundo talvez nem estejam lembrando desse acontecimento histórico-social. Porém, o cinema como disseminador de cultura e humanização, quando traz à tona um choque de culturas como o de Pantera Negra, contribui para a propagação da consciência humana sobre raças e povos.

Muitos outros filmes também trouxeram temáticas que trazem negros sob discriminação racial, racismo, lutando pelos seus direitos e autonomia como povo livre assim como qualquer outro. É o caso de “Borboletas Negras”, que narra a história de uma poetisa sul-africana que combatia a discriminação racial da imprensa; de “Invictus”, que narra ações do primeiro mandato de
Nelson Mandela como presidente; “Em minha terra”, filme sobre a investigação dos abusos cometidos pela comissão de direitos humanos durante o Apartheid, bem como, “Mandela – Luta pela liberdade”.

Morgan Freeman e Matt Damon no filme “Invictus”

Nesse sentido, apropriando-se de Nietzche com seu famoso livro “Para além do bem e do mal”, o filme Pantera Negra inaugura um novo tempo para produções disruptivas sobre a temática racial. A Marvel com o filme dá um novo tom ao conflito bem versus mal. Outro ingrediente essencial ao enredo do herói negro, é o fato do filme ter sido dirigido por um diretor negro, Ryan Coogler, que soube levar todas as suas inquietações e olhares para a telona. Figurino, trilha sonora, lugares, mitos, ideologias, entre outros, dançam num mesmo ritmo no filme.

Pantera Negra é, sem sombra de dúvida, uma marco no cinema no que diz respeito ao perfil de herói dos quadrinhos. Depois da bela performance da Mulher-Maravilha de Jenkins, é possível verificar que talento, habilidade, inteligência não são determinados por gênero ou por cor de pele. E o rei de Wakanda é um ótimo exemplo disso, força, velocidade, inteligência, valores e sentidos apurados, são atributos que ele carrega com ele.

O diretor ainda brinca com o fato do escudo do Capitão América ter um componente originário do reino do herói africano, afinal, somos todos negros, mestiços e misturados, porque a vida é isso, uma mistura misteriosa.

 

Texto por Michele Souza









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