O Farol – Um Mergulho Ousado e Brilhante na Loucura
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O Farol – Um Mergulho Ousado e Brilhante na Loucura

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O Farol – Um Mergulho Ousado e Brilhante na Loucura

Não houve muitas vezes em que saí de um cinema sentindo-me tão inquieto quanto após este filme. E foi demais, E tentarei (quase) não dizer muita coisa sobre ele, porque é o tipo de situação que é melhor ver sem expectativas ou preconceitos, mas há algumas coisas que se pode dizer que não revelam muito sobre a história. Primeiro de tudo é que este filme é uma peça autoral, com uma atmosfera única algo de mágico aliado a uma técnica cinematográfica formidável. A direção, cinematografia, iluminação, locação e som deste filme são de tirar o fôlego. É quase perturbadoramente bonito, mas também terrivelmente desconfortável ao mesmo tempo. Como Robert Eggers (A Bruxa, 2015) conseguiu isso é uma verdadeira façanha, e todo bom amante de cinema deveria ganhar um ingresso para ver esse trabalho na tela grande. Uma verdadeira aula, um laboratório para cinéfilos.

A premissa deste filme é bastante básica, um faroleiro e seu assistente ficam presos em uma ilha por mais tempo do que esperavam, e o isolamento começa a afetá-los, assim como a presença de algo mais sinistro. Não é um filme de terror no sentido usual, mas certamente é aterrorizante. Mas o que realmente consagra esse filme são as performances fascinantes de Willen Dafoe e Robert Pattinson. Estas atuações certamente definirão a carreira desses dois, embora já sejam atores bem conhecidos e respeitados, aqui eles fazem algo a fim de demonstrar tudo e não escondem nada, e o alcance desses personagens é surpreendente. É fascinante de assistir, porque eles apostam e se arriscam muito nos papéis.

O formato da filmagem remete a um passado remoto, sem tecnologia e rotina fatigante, fazendo com que o espectador mergulhe no incômodo pavoroso do que era uma vida de isolamento e trabalho duro

O Farol – Um Mergulho Ousado e Brilhante na Loucura

Achei este filme tão interessante porque de muitas maneiras transcende o gênero, e esses são os meus tipos favoritos de filmes, é engraçado, mas é desconfortável, é desconcertante rir ao assisti-lo, é assustador, mas não parece haver nenhuma ameaça aparente. É exatamente o que você pensa que será, mas, no entanto não é, é chocante, e desafia nossas percepções. Parece estranhamente profundo, porém, pode te deixar estranhamente vazio. É arte, é lindo, mas não é agradável. Ou é? Eu acho que esse é o tipo de filme que será lembrado de maneira diferente para pessoas diferentes. Para mim, eu poderia pontuar as muitas maneiras pelas quais foi genial assistir, e talvez eu não seja a pessoa mais indicada para elencar tantas características, uma vez que sou um fã do diretor e da produtora que já trouxe alguns dos melhores filmes do gênero terror psicológico que já vi (Hereditário, A Bruxa e Midsommar). Dito isto, só posso externar minha satisfação por ter visto algo tão obscuro e enigmático e de fato o bom de filmes assim é que eles nos afetam de alguma maneira. E este filme é certamente eficaz nesse quesito.

Não há nada de poético, colorido ou esperançoso em O Farol, assista por conta e risco pois esse é mais um daqueles filmes que vai martelar na sua cabeça por muito tempo, e talvez a estranheza sobressaia ao cansaço do visual preto e branco, não espere sustos fáceis, ou clichês usuais, esse é um filme autoral, individual por essência, claustrofóbico, apertado e descolado da realidade atual. Realidade e devaneios, é a percepção dos limites da sanidade e da sobriedade mental elevada ao extremo, vale a pena, mas você vai ter que arriscar, e pode se decepcionar.

 

Por Ricardo França

 

 


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